O tour Passear e azulejar é uma brilhante proposta de turismo criativo no Porto, idealizado pela Rita Branco do blog O Porto Encanta e pela galega lusodescendente Ninoska Trillo, especialista em técnicas de pintura em azulejos.
E se pudéssemos juntar um passeio histórico para conhecer os azulejos do Porto com um workshop onde se aprende a pintar o seu próprio azulejo?
É exatamente essa a proposta do tour Passear e Azulejar pelo Porto.
Turismo criativo no Porto
Passear e azulejar é uma experiência de turismo criativo que permite conhecer mais sobre a história dos azulejos do Porto. O percurso do passeio te leva a locais fora da rota turística convencional da cidade. É uma oportunidade única para conhecer fatos curiosos sobre os azulejos que só a Ninoska sabe contar!
Passear…
O passeio começa no Banco de Materiais, um dos lugares mais interessantes do Porto para os apreciadores de azulejos. Descobri tanta coisa interessante neste local! É lá que se guarda e se recupera azulejos e diversos elementos vindos das fachadas dos edifícios e casas abandonadas da cidade. A recolha destes materiais tem como objetivo deixar à disposição da comunidade, tanto para quem deseja conhecer mais sobre este material, como também para quem deseja reviver uma fachada através dos belíssimos desenhos e cores dos azulejos. Interessantíssimo, né?
Depois de uma introdução sobre a história dos azulejos no Porto é hora de regressar ao século XV e ver painéis compostos pela primeira utilização conhecida do azulejo. Hispano – mourisco é uma técnica com assimilação do gosto pela decoração geométrica e vegetalista. Segundo as explicações de Ninoska, é uma espécie de “horror ao vazio” devido ao excesso de revestimento decorando o espaço total.
Seguimos pelas ruas do Porto e fazemos uma verdadeiro viagem ao século XVI através de painéis compostos pela técnica Majólica, que em Portugal foi utilizada nas fachadas por representações de padrões policromados pela influência dos ricos tapetes de tecidos do oriente.
Com o desuso dos tapetes, os lindos painéis figurativos ganharam vida novamente! Mas desta vez em porcelana. Foi desta técnica que a cor azul tornou-se um fenômeno dominante na aplicação dos azulejos.
O passeio segue para o século XVIII que foi marcado pelo período áureo da azulejaria portuguesa. Isso mesmo! O pintor Gabriel del Barco foi o grande percursor ao introduzir uma pintura mais liberta do contorno rigoroso do desenho nos azulejos. Os pintores passaram a aplicar às suas obras uma original espontaniedade na utilização mais livre e pictórica das gravuras, e na criatividade das composições de azulejos ajustadas aos espaços arquitetônicos.
Adorei! Viva a liberdade de expressão nos azulejos!
Com o intuito de reduzir o tempo de pintura e garantir uma maior uniformidade dos detalhes dos azulejos, surge no século XIX os azulejos produzidos através de estampilha. Esta técnica baseia-se na passagem de um pincel sobre os espaços vazios de uma ou mais molduras. Simples e perfeitamente possível de manter o efeito decorativo do azulejo pintado manualmente.
Do passado até os tempos atuais o passeio encerra destacando fatos curiosos dos séculos XX e XXI. O destaque maior vai para a revalorização dos azulejos através de importantes artistas como Júlio Resende, Jorge Colaço, Jorge Barradas, entre outros.
Gente! Ainda tem fatos para “dar e vender” sobre a história dos azulejos no Porto, mas não vou “entregar o ouro para o bandido” (rs). Fica aqui só uma pincelada da parte histórica do tour, o resto vocês descobrem passeando com a Ninoska e com a Rita. Combinado?
Uma aula a céu aberto
Através de azulejos expostos pelas fachadas do Porto será possível conhecer as diversas técnicas de produção e pintura dos azulejos em várias épocas do ano. Vai desde técnicas centenárias que passaram do artesanal ao industrial sem nunca deixar de ter o trabalho manual e artístico em cada azulejo. Tudo impressiona, pode acreditar! E não só – a experiência tem direito a prova e avaliação. Será que você vai passar nessa prova? Desafio!
Eu que vivi no Porto por duas temporadas nunca prestei tanta atenção aos detalhes dos azulejos expostos em fachadas, igrejas, edifícios, casas… Mas depois dessa incrível aula a céu aberto não há azulejo que escape dos meus olhos.
Azulejar…
Confesso! Estava eufórica para pintar o meu próprio azulejo. Sou extremamente ansiosa e impulsiva, e fazer aulas de pintura está nos meus planos futuros para controlar essas duas características da minha personalidade, portanto: havia muita euforia para pintar um azulejo. O Snapchat naiara.back (segue lá!) não parou de publicar a cobertura do “Passear e Azulejar”.
Ninoska relembra alguns apontamentos de duas técnicas: Majólica (pintar livremente) e Estampilha (pintar com molduras) e lhe deixa livremente a vontade para escolher a técnica que mais lhe traz segurança.
Eu escolhi a Estampilha. Embora tenha muita vontade de praticar pintura, não há muita habilidade em pintar livremente, quem sabe numa próxima, neh?
Sobre pintar o meu próprio azulejo: orgulho de mim! Algumas linhas ficaram desalinhadas, mas o meu azulejo ficou lindo, não ficou?
Vai para o Porto? É um apreciador dos azulejos portugueses? Quer aprender a pintar um azulejo? Não espere mais!
A experiência “Passear e azulejar” dura cerca de 2:30h à 3:00h. Os leitores do Viajar pela Europa ganham um descontinhode 20%, impossível não aproveitar, neh?
A experiência “Passear e azulejar” foi um convite da Rita Branco do blog O Porto Encanta, mas as experiências relatadas são todinhas pessoais.