Praia, sol e belezas naturais são os aspectos que mais me atraem em uma cidade principalmente quando o período de viagem é o verão. E para onde vamos? 🙂 Hvar é uma pequena ilha, localizada na região da Dalmatia, ao sul da Croácia e entrou no meu roteiro do #veraoeuropeu 2014 por preencher todos esses requisitos.
Em especial por apresentar uma arquitetura com grande influência veneziana, aquelas cidades amorosas que mantêm a cara de antigas, e também pelas diversas opções de passeio de barco para ilhas próximas.
Entre os passeios que pesquisei por vários blogs de viagens, dois me chamaram a atenção: a Ilha de Bol e as cavernas. Nossa visita a Hvar durou dois dias e meio, então optamos por fazer somente um dos passeios que era com o qual eu mais sonhava: visitar a caverna verde e a azul (Green and Blue Caves).
Onde comprar o passeio de barco em Hvar
Há várias agências espalhadas pelo porto e por Hvar Town, que são bem sinalizadas e bem fáceis de localizar. Quando fui o preço é igual em todas: 500 Kunas (cerca de 65€) mais a entrada na Blue Cave, 30 Kunas ( cerca de 4€), mas dá sempre para tentar negociar ;). O passeio dura o dia todo (10h às 18h) e inclui a visita na Blue Cave, Green Cave, uma parada de 2h na Ilha de Vis e um mergulho na Ilha de Palmizana.
Algumas agências podem variar o roteiro substituindo uma ilha por outra ou oferecer um almoço. Antes de comprar o passeio de barco verifique certinho o que ele inclui.
A agência que nós compramos o passeio de barco está localizada a caminho do Hula Hula Bar, em frente a esta loja de souvenir que se destaca pelo barco.
Blue Cave: De tudo o que o passeio tinha a oferecer a Blue Cave era a que eu mais queria ver #sonhomeu. Ao pesquisar imagens e detalhes do passeio de barco eu ficava imaginando a beleza do azul que rodeava aquele pedaço de pedra em meio ao mar mediterrâneo. Eu queria admirar os tons de luz azul por debaixo da água e o reflexo nas fendas das rochas refletindo por toda a caverna… Mas infelizmente tudo não passou de um sonho, não porque a caverna nega a beleza que imaginei mas sim porque quando fiz o passeio, em junho de 2014, a entrada estava fechada devido às más condições climáticas. 🙁
Reserve aqui o passeio de barco que mais combina com você!
Para entrar na Blue Cave é necessário trocar de barco, pois a passagem é muito pequena. Para quem optar por esse passeio existe um custo adicional já que é realizado em um barco menor de outra agência.
Green Cave: Para conhecer a caverna verde a expectativa também era grande, afinal eu já sabia que a entrada na Blue Cave estaria fechada, sendo assim, toda a expectativa para ver os tons de azul tomar conta das rochas e das águas do mar transferiu-se para a cor verde.
Infelizmente não foi o que aconteceu pois a Green Cave estava com todas as tonalidades de preto. O motivo da ausência da cor verde se deve ao fato de que a única luz que entra na caverna, para deixá-la esverdeada, é através de um pequeno buraco no teto, além do espaço ser reduzido para a entrada da claridade, naquele instante chovia e o sol não deu o ar da graça.
Há quem diga que o exterior da caverna é mais bonito do que o interior e também quem goste de visitá-la apenas para mergulhar. Mas no instante em que a vi a vontade que eu tinha era de ficar por ali até a chuva parar na esperança de sair um risquinho de sol para iluminá-la, porque tamanho foi a expectativa e planejamento para entrar em um lugar escuro, onde só senti vontade mesmo de chorar.
Ilha Milna Bay: Com a chuva dando o ar da graça #soquenao, agitando o mar, os planos de conhecer a Blue Cave foram definitivamente por água a baixo então o nosso scooter nos levou para a Ilha de Milna Bay, que ficava mais próxima de onde estávamos. Naquele momento não sei o que era mais intenso: a chuva, a velocidade do barco, as quicadas do barco na água ou o meu desespero por um lugar seco e quentinho. Quando se diz perto, se pensa logo em 5 ou 10 minutinhos, no caso de um barco acho que esse tempo foi triplicado.
Depois de sentir que o meu estômago ia sair pela garganta de tantos movimentos bruscos do barco finalmente chegamos a Ilha de Milna Bay. Fomos direto para um restaurante onde pudêssemos nos recompor, almoçar e esperar a chuva parar. Mas não bastasse a chuva lá fora, o banheiro não ficava no mesmo prédio do restaurante, além de correr mais uma vez na chuva para chegar até lá, o banheiro tinha muitas goteiras… Pensa na sensação de perrengue? Era a nossa!
Era mesmo rir para não chorar! Agora pensa em um restaurante decorado do jeito que deu! rs O lugar tinha várias louças e objetos antigos, sem contar no glamour da poeira que parecia acessório complementar. Conseguiram imaginar? Agora imaginem a cena de quando chegamos lá: uma senhora limpando o chão, um senhor trepado numa mesa pintando o teto e outro senhor de bigode usando um chapéu e uma sunga com as pernas viradas em varizes… todos fingindo que nós nem estávamos ali com fome e precisando de roupas secas hahaha.
Há males que vem para o bem… no final das contas foi este local que fez toda a diferença no passeio de barco. O restaurante era engraçado e os croatas que ali estavam não podiam ser mais amáveis. O senhor da sunga foi fazer uma fogueira pra preparar o grill dos pedidos do almoço e adivinha qual foi a ideia dos nossos amigos ingleses com a fogueira? Dançar para a chuva parar ou secar as roupas? Rsrsrs…
Após estarmos todos menos molhados, já era a hora do restaurante aceitar os pedidos para o almoço. Eu e meu noivo Jonatan pedimos pasta com molho bolonhesa e uma porção de babatas especiais (+ um refrigerante, uma cerveja e dois capucinos, 208 Kunas, cerca de 28€), as batatas são especiais porque são plantadas na horta dos fundos do restaurante.
Uma delícia de comida caseira, mas uma abundância! Se for parar neste mesmo local saiba que um espaguete da perfeitamente para duas pessoas comerem, mas se a gula persistir peçam uma porção de batatas especiais. Combinado?
Ilha de Vis: Foi o que mais compensou em todo o meu passeio: parar em uma ilha com sol! Sim! Pois lá o sol resolveu dar ar da graça #obrigadasaopedro.
Vis é uma pequena ilha no Mar Adriático muito fofinha com típicas ruelas de pedra, além de ser muito charmosa e cheia de lanchas e barcos pelo Porto.
O legal de visitar ilhas como Vis, por exemplo, é saber da história que a rodeia. Os 17km de comprimento da ilha já foram controlados pelos ingleses e pelo império Austro-Húngaro e também base militar da Iugoslávia. Sem contar que durante a Segunda Guerra Mundial, a ilha foi o principal esconderijo do líder da Iugoslávia Josip Broz Tito que lutou contra a invasão nazista.
Ilha de Palmizana: Esta ilha foi a última parada do passeio, mas acabamos passando por ela logo no início para pegar um casal de italianos. A ideia era fazer uma pausa para um mergulho, mas como o tempo não estava ajudando seguimos viagem. No fim do passeio quando fomos deixar o casal, vimos que o sol também resolveu dar o ar da graça naquele local #saopedroindeciso
A praia da ilha estava lotada de pessoas curtindo aquele momento sunset. A vontade que tive foi de pedir para o nosso scooter fazer uma pausa por meia horinha, mas isso não foi possível, pois nosso catamarã para Split partia às 19h. Fica para a próxima neh!
Outra informação muito legal, que soubemos pelo nosso scooter, que nos contou várias histórias sobre a Croácia, é que as ilhas pelas quais passamos pertenciam a Iugoslávia e nenhum turista podia visitá-la até meados do ano de 1991 . Ainda bem que as coisas mudam!
Avaliação sobre o passeio de barco em Hvar
Depois de tudo o que andei desabafando devem estar se questionando se valeu ou não o investimento do passeio de barco, certo? A decepção por não ter entrado na Blue Cave e a Green Cave estar mais preta do que verde foi inevitável, afinal, me senti naquele contexto de propaganda enganosa.
Durante o passeio da Ilha de Palmizana até a Green Cave começou a chover, o que deixou o mar super agitado. Eu tentava conter o meu pavor diante daquela situação enquanto observava o quão assustados estavam os nossos amigos ingleses, já os italianos estavam indecifráveis e o meu noivo Jonatan só gritava “Let’s go Croátia” se sentindo co-piloto do nosso scooter…
Impressões a parte, durante este percurso onde o barco “quicava” sobre o mar como se fosse virar a qualquer instante eu xingava mentalmente com toda a minha indignação de ter pagado para tomar banho de chuva em alto mar. A vontade que eu tinha era de chegar em Hvar e solicitar as minhas preciosas Kunas de volta, já que o vendedor nos disse “se ficarem insatisfeitos com o passeio nós devolvemos o dinheiro”, mas acontece que os croatas são tão legais que é impossível brigar com eles. No final do passeio era rir de toda essa aventura pelas ilhas da Croácia e tirar uma foto com o scooter para nunca mais esquecer deste dia!
Doeu no bolso investir 500 Kunas e não ver as cavernas tais como sonhei, mas se não tivesse feito o passeio de barco, com certeza, estaria arrependida de se quer ter arriscado. Nesse caso cabe aqui aquele velho ditado “quem não arrisca não petisca”.