Desde sempre sabemos que andar nas ruas das grandes cidades do Brasil é um perigo constante. Assaltos, atropelamentos, acidentes de carros. Muitas vezes não estamos seguros sequer dentro de nossas casas. Um terrível sensação de insegurança o tempo todo.
Quando sobrevivemos a todas essas ameaças externas, ainda é preciso torcer para nunca precisarmos do sistema público de saúde. Pois nem sequer podemos contar com quem deveria cuidar da nossas vidas, da nossa saúde.
Desculpa por não trazer hoje dicas de viagens ou com fotos lindas das praias que visitamos nessa temporada no Brasil, mas nesse texto vim mesmo fazer um desabafo.
Meu pai sofreu um acidente no dia 27 de Dezembro. Ele caiu de uma escada e quebrou a perna. O problema é que essa é a mesma perna que ele fraturou há alguns anos atrás em um acidente de caminhão. Então ele quebrou pinos, fraturou o fêmur, o joelho também está comprometido. A situação é delicada. E até hoje, 10 dias após o acidente, meu pai ainda está internado em um hospital público do interior de Minas Gerais a espera de uma vaga para ser operado.
O SUS informou que ele deveria ser operado no mesmo hospital no qual ele fez a cirurgia da primeira vez, nesse caso o João XXIII, de Belo Horizonte. Mas o caso dele não foi aceito aceito pelo João XXIII.
Alegam que por ser um Hospital de Pronto Socorro só aceitam casos que chegam no dia do ocorrido e que não é porque ele foi atendido lá uma vez que o hospital é obrigada a aceitá-lo.
Palavras que eu mesmo ouvi de um médico em uma das inúmeras vezes que liguei pedindo um parecer sobre a situação do meu pai. Disseram ainda que o caso dele pai já não é mais urgência. Mas o pedido de transferência foi feito no dia que do acidente e nada foi feito, mesmo assim.
Entre chamadas, preces, ligações para amigos e noites mal dormidas tentando resolver tudo isso, eu penso também nas muitas pessoas que passam por essa mesma situação todos os dias. Para não dizer situações piores.
Pessoas que morrem a espera de uma ajuda. Mães que sofrem violência médica no momento que deveria ser o mais belo de suas vidas. Nas crianças que lutam para conseguir o direito de ter uma cirurgia ou um medicamento para tratar um doença.
Como não chorar? Como não perder as esperanças em um país em que a vida do ser humano vale tão pouco? E olha, eu sou otimista! Busco acreditar sempre no melhor. Mas não é simples manter a calma e a mente positiva quando o básico, o mínimo não é feito.
O que pensar quando aqueles que deveriam cuidar da nossa saúde se tornam nosso inimigo e precisamos brigar pelos nossos direito quando deveríamos estar sendo tratados?
Caso você esteja lendo até agora e possa me dar uma luz, dizendo a quem eu possa recorrer para resolver o caso do meu pai, por favor, me diga algo e eu serei eternamente grata.
Se você não souber, coloque meu pai nas suas preces, orações, pedidos ao universo e me ajude a enviar mais dessa energia de luz e amor que ele está precisando no momento.
Obrigada de coração e mais uma vez desculpa o meu desabafo.
Beijos
Gi